sexta-feira, 23 de março de 2018

“É porque não tinha que ser”



Dentro dos muitos clichés que temos por hábito usar na nossa forma de expressão verbal, um se destaca actualmente: 
“ é porque não tinha que ser”

Maioritariamente utilizado pelos praticantes e estudiosos da New Age, é de tal forma útil ao sempre atento ego, que já a ouvimos com frequência na boca de católicos, agnósticos, ateus, e também naqueles que se declaram contrários a tudo, ainda que nem saibam a quê.
Esta fórmula “é porque não tinha que ser”, é uma derivação astuciosa do nosso ego e que advêm de uma postura cada vez mais actuante, premente, que é, a Entrega.
Muitos de nós, e cada vez mais, sentimos e experienciamos que o processo de fusão com a nossa Faceta Divina, o Eu Superior, só pode complementar-se por uma Entrega:
-Entrega da nossa firme intenção de galgar o véu da ilusão
-Entrega da nossa disponibilidade para a assimilação
-Entrega do egocentrismo para a transmutação
-Entrega, ao Cumprimento da Missão
A abertura deste canal de entrega, facilita o permear das nossas dimensões inferiores e superiores, promovendo a maturidade e elevando o nível vibracional.
Assim, gera-se o alargamento da nossa visão cósmica e humanitária, que por sua vez, traz consigo uma maior responsabilidade.
Muitos de nós temos vindo a deturpar o conceito de Entrega, ao pensarmos que ele significa o ser conduzidos, tal como antigamente na velha energia….E ao colocarmo-nos nessa postura, perdemos “o foco” da nossa intenção de superação, e de crescimento consciencial.
É ténue e pouco perceptível a barreira que separa a nossa vontade egóica e a postura de flexibilidade que deve estar sempre presente para a Entrega. Uma vez mais me valho da expressão de Jesus: “Orai, mas principalmente Vigiai”.
Meus amigos, o TRABALHO continua, e é hoje mais importante que nunca. As escolhas, opções, caminhos, que das mais pequenas às maiores decisões tomamos, continuam a ser o suprimento etérico da nossa ascensão.
A dinâmica é simples:
 - Entregamos em consciência, recebemos mais e aprimoradas ferramentas – Mas, somos nós quem as tem que usar…
E volto ao título deste texto “ é porque não tinha que ser”.
Na sequência do anteriormente dito, este argumento assenta muito bem. Quando pela nossa vontade ou distracção nos permitimos desviar das nossas intenções, dos compromissos que tomamos connosco e até com outros, ilibamo-nos desta forma, perante a nossa consciência.
Existe no léxico da Conscienciologia uma expressão que encontro apropriada para exemplificar esta opinião: “ Contra-fluxo" - Este é o oposto do fluxo, a posição contrária (oposta) da consciência à evolução consciencial; condição normalmente fomentada por mega assediadores. Mas também acredito, que muitas das vezes em que somos vítimas de um contra-fluxo, este é produzido no nosso próprio campo emocional, estimulado pelo nosso ego, e usado pela nossa mente. Num caso ou outro impõe-se a tomada de consciência do que fazemos por acção ou omissão e das respectivas consequências.
Meus queridos, os desvios fazem parte do caminho de todos nós, devemos é estar atentos a que percentual destes desvios (acções, ou inacções), são geradas na nossa vontade superior, e ao que é gerado pelas facetas acomodadas do nosso ego, ou desarmonias emocionais, ou influências deletérias. Só no profundo conhecimento de nós próprios, no ver e aceitar todas as nossas facetas, criamos o Fluxo forte e certeiro que nos conduz à elevação vibratória da nossa “personna”.


Paz e Luz

Maria Adelina - Do Livro, Ponte de Palavras 

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