Perdão
Pessoal, a Integralidade do Ser
Num
ciclo temporal onde tudo aflora, e se estivermos atentos aprendemos que o
conceito sobre o perdão se tornou arcaico.
Antes
de mais façamos a distinção entre desculpar ou perdoar pois são conceitos muito
diferentes.
O
desculpar tem a ver com distracções, mais ou menos graves,
de comportamentos comuns; irresponsabilidade, egocentrismo, preguiça, inveja,
cupidez, inserem-se nos comportamentos mais ou menos frequentes,
mais
ou menos
conscientes, que na maior parte dos casos não definem por inteiro o carácter ou
a essência de quem os tem.
Já
o perdão tem a ver com escolhas feitas, decisões e suas expressões, que são
reflexo da forma do ser e estar de quem as emite e cuja ressonância abala ou
abalou as fundações do que ou quem, posteriormente deve perdoar.
Sempre
que o universo nos coloca no cruzamento onde decorrem as batalhas da afirmação,
do ego e suas derivações, da alienação, da maldade, saibamos subtrair a quota
cármica, multipliquemos pela certeza da protecção divina e o que resta do feio,
triste, é zero.
Tenhamos
sempre presente o exemplo das boas mães que cuidam da saúde e bem-estar dos
filhos mesmo que isso represente contrariá-los, dor passageira ou desconforto,
assim o Universo é connosco, uma boa mãe, que nos desvia de males maiores.
Mas
não nos acomodemos à fuga argumentativa em que se tornou o parco conhecimento
da Lei do Carma, esta não é perpetuável, existe para ser transcendida pelos envolvidos
em qualquer situação, e por dois meios:
a)
Uma “contenda” cármica pode expressar-se pela vivência em grau e efeito semelhante
b)
Ou, pela superação do mal nela contido pela excelência comportamental (nível espiritual) dos envolvidos
Na
primeira situação o comportamento é locomovido por forças deletérias gerando
assim uma continuidade (acção/reacção) e agravo, que define o emissor e
eventualmente o receptor, se este não neutralizar o processo pela compreensão
do mesmo.
Na
segunda situação as condições para o acerto cármico surgem, mas, as forças
actuantes serão equiparadas ao nível da evolução espiritual do que provoca a acção, que irá, por ressonância, influenciar a vibração do receptor gerando méritos
cármicos para ambos, porque essa é a Lei da Misericórdia a que todos estamos
sujeitos.
A
transformação do outro a ele cabe, o deve-e-haver cármico é intransmissível e
cada um arca com as nuances das suas próprias acções.
Assim,
a fórmula de Perdão que se completa em si mesma é o Perdão Pessoal.
Não
existe dia maior que aquele em que nossa alma se integra com seu melhor reflexo,
se sabe inteira, se sabe capaz e se liberta da interrogação sobre os porquês dos outros e suas emissões de actos dolosos.
O
dia glorioso em que nos perdoamos
pelo facto de termos atraído para a nossa vida situações ou pessoas aferidoras
da nossa capacitação, lucidez e amor-próprio, transcendência, quiçá semelhante à
visão da amplitude e beleza do Infinito em nós, aqui e agora.
Maria
Adelina
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