terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Perdão Pessoal, a Integralidade do Ser


Perdão Pessoal, a Integralidade do Ser

Num ciclo temporal onde tudo aflora, e se estivermos atentos aprendemos que o conceito sobre o perdão se tornou arcaico.
Antes de mais façamos a distinção entre desculpar ou perdoar pois são conceitos muito diferentes.
O desculpar tem a ver com distracções, mais ou menos graves, de comportamentos comuns; irresponsabilidade, egocentrismo, preguiça, inveja, cupidez, inserem-se nos comportamentos mais ou menos frequentes, mais ou menos conscientes, que na maior parte dos casos não definem por inteiro o carácter ou a essência de quem os tem.
Já o perdão tem a ver com escolhas feitas, decisões e suas expressões, que são reflexo da forma do ser e estar de quem as emite e cuja ressonância abala ou abalou as fundações do que ou quem, posteriormente deve perdoar.
Sempre que o universo nos coloca no cruzamento onde decorrem as batalhas da afirmação, do ego e suas derivações, da alienação, da maldade, saibamos subtrair a quota cármica, multipliquemos pela certeza da protecção divina e o que resta do feio, triste, é zero.
Tenhamos sempre presente o exemplo das boas mães que cuidam da saúde e bem-estar dos filhos mesmo que isso represente contrariá-los, dor passageira ou desconforto, assim o Universo é connosco, uma boa mãe, que nos desvia de males maiores.
Mas não nos acomodemos à fuga argumentativa em que se tornou o parco conhecimento da Lei do Carma, esta não é perpetuável, existe para ser transcendida pelos envolvidos em qualquer situação, e por dois meios:

a) Uma “contenda” cármica pode expressar-se pela vivência em grau e efeito semelhante
b) Ou, pela superação do mal nela contido pela excelência comportamental (nível espiritual) dos envolvidos

Na primeira situação o comportamento é locomovido por forças deletérias gerando assim uma continuidade (acção/reacção) e agravo, que define o emissor e eventualmente o receptor, se este não neutralizar o processo pela compreensão do mesmo.
Na segunda situação as condições para o acerto cármico surgem, mas, as forças actuantes serão equiparadas ao nível da evolução espiritual do que provoca a acção, que irá, por ressonância, influenciar a vibração do receptor gerando méritos cármicos para ambos, porque essa é a Lei da Misericórdia a que todos estamos sujeitos.
A transformação do outro a ele cabe, o deve-e-haver cármico é intransmissível e cada um arca com as nuances das suas próprias acções.
Assim, a fórmula de Perdão que se completa em si mesma é o Perdão Pessoal.
Não existe dia maior que aquele em que nossa alma se integra com seu melhor reflexo, se sabe inteira, se sabe capaz e se liberta da interrogação sobre os porquês dos outros e suas emissões de actos dolosos.
O dia glorioso em que nos perdoamos pelo facto de termos atraído para a nossa vida situações ou pessoas aferidoras da nossa capacitação, lucidez e amor-próprio, transcendência, quiçá semelhante à visão da amplitude e beleza do Infinito em nós, aqui e agora.

Maria Adelina




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