sexta-feira, 25 de março de 2016

Letras que confortam


Queridas amigas e amigos

Permitam-me referir que sempre que publico as palavras de outras pessoas solicito a devida autorização. Há poucos minutos recebi um email duma colega nossa que veio preencher com letras um sentir (meu) e que penso ser comum a muita gente. 
E porque cada vez mais nos aproximamos da dimensão do amor incondicional, cujo maior expoente é Mestre Jesus, transcrevo parte desse email.
Obrigada Marta, por expores esse sentimento que quantas vezes nos contrai a alma em palavras não ditas, esquecidas, nas agendas preenchidas...

Boa Tarde Adelina

Esta Páscoa está a ser vivida de uma forme, paradoxalmente, intensa e calma. Dei por mim a dar mais significado a esta quadra do que alguma vez dei. Tenho sentido e pensado em Jesus, não na figura que me foi dada conhecer, mas no Mestre que tenho vindo a descobrir. E se por um lado a sua grandeza se afigura cada vez maior, por outro lado sinto-me mais perto dele. Talvez por isso e em sinal de respeito, hoje pela primeira vez na minha vida, vivi este dia com uma grande necessidade de paz, de calma, lembrando-me Dele nesses momentos de interiorização, de amor pelo que me rodeia, abençoando as coisas mais simples, como o ronronar do gato que me aconchegou neste dia de calmaria, agradecendo a calma ao meu redor como forma de respeito a Ele. Tudo hoje foi sacralizado: depois das limpezas de ontem, a minha casa encheu-se de incenso, velas, a mesa das louças mais bonitas, a comida abençoada, nascendo tudo isso de uma necessidade interior súbita de elevar cada momento, cada tarefa por mais corriqueira que fosse.
Por outro lado, nesta Páscoa tenho sentido uma dificuldade acrescida com a alimentação. Cada vez eu ouço falar nos planos para preparar o cabrito sinto uma sensação de tristeza, como se estivesse a intuir toda a carga de sofrimento animal que é gerado nesta altura. Nunca tinha sentido isto. É algo que surge do nada, um sentimento de agonia que me deixa desconfortável e incomodada. Também por essa razão este ano os tradicionais almoços fazem-me sentir desconfortável e vivo a Páscoa de uma forma diferente.
Bem vou terminar, porque com o focinho da cachorra a tentar ser o único foco da minha atenção é difícil escrever.
Mas ainda a consigo fintar para lhe desejar uma Boa e Santa Páscoa.
Um Xi do sítio do costume


Marta

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