A Mão
Tudo passa e se
transmite pelas mãos e, em tudo o que tocais, deixais sinais que só vós podeis
imprimir.
O facto de se poder
descobrir a identidade de uma pessoa através das impressões digitais e de não
existirem na humanidade inteira duas impressões idênticas prova bem que a mão é
capaz de exprimir o carácter único de um ser.
Tudo aquilo que passa
pelas vossas mãos, os vossos fluidos, as vossas emanações, contém a
quinta-essência do vosso ser.
Um verdadeiro médium,
um verdadeiro clarividente, pode, a partir de um objecto em que vós tocastes,
conhecer as vossas qualidades, os vossos defeitos, o vosso estado de saúde e os
acontecimentos da vossa vida actual e da vossa vida passada.
Vós deixais, pois,
impressões em todos os objectos em que tocais.
Quando ofereceis um
objecto a alguém, com esse objecto estais a dar algo de vós mesmos e, se não
viverdes convenientemente, ele transmitirá as ondas negativas que lá
introduzistes.
Mesmo que esse
presente seja um objecto magnífico e muito caro, não fará qualquer bem a quem o
ofereceis, pois não basta desejar dar prazer a alguém para lhe fazer bem. Para
fazer o bem é necessário que não só o coração, mas também o intelecto e o corpo
físico, através das suas emanações puras e luminosas, realizem esse bem. De
outro modo, ofereceis algo que será um pouco bom mas que estará envolto em
miasmas.
As nossas mãos são
como antenas que têm a possibilidade de atrair e receber as correntes de
energia do oceano cósmico em que estamos mergulhados. E se captamos tão fracamente
estas correntes é porque a nossa consciência está ausente ou adormecida.
Os que são assistidos pelo Espírito Santo são aqueles
que sabem utilizar as suas mãos para receber forças ou para as projectar, para
as reter ou as orientar, para as ampliar ou as diminuir.
Está escrito no Antigo
Testamento que, quando Moisés erguia a mão durante as batalhas, o seu povo
obtinha a vitória.
Moisés conhecia os
poderes da mão; ele projectava forças e atraía entidades que vinham em auxílio
dos guerreiros; e quando a batalha se prolongava e ele começava a estar
cansado, vinham homens suster-lhe o braço.
Se é possível utilizar
o poder da mão para as hostilidades, porque não se há-de utilizá-lo para criar
o amor e a harmonia?
Quando virdes seres a
massacrar-se uns aos outros, erguei a vossa mão e eles largarão as armas para
se abraçar. Não quererão continuar a lutar, pois receberão as ondas benéficas
que vós lhes enviais.
Aquele que sabe
como estender a mão para receber forças e projectá-las sobre ele próprio
e sobre os outros para equilibrar, limpar, curar, animar, torna-se um filho de
Deus.
A importância da mão
evidencia-se particularmente na vida quotidiana porque ela serve de meio de
comunicação entre os seres.
O que fazem as pessoas
quando se encontram ou se despedem?
Erguem o braço para
enviar uma saudação ou então apertam as mãos.
É por isso que é
necessário estar particularmente vigilante em relação ao que se dá com a mão.
As pessoas saúdam-se
para fazer bem umas às outras, para dar mutuamente algo.
Aquele que não sabe
dar nada mostra quão pobre e miserável é.
Evidentemente, para
muitos um aperto de mão ou uma saudação
com a mão são apenas sinais convencionais e, sendo assim, mais vale que se
abstenham de os fazer.
Se as pessoas se
saudarem maquinalmente permanecendo distantes, fechadas, é inútil fazerem-no.
Mas para aqueles que têm a consciência desperta é um gesto extraordinariamente
significativo e actuante, pelo qual podem encorajar, consolar e vivificar as
criaturas e dar-lhes muito amor.
Uma saudação tem de
ser uma verdadeira comunhão, tem de ser poderosa, harmoniosa, viva.
Mas a mão não é apenas
um meio de entrar em relação com os seres humanos, é-o também para entrar em
relação com a Natureza.
Quando um verdadeiro Ser abre a sua porta, pela manhã, saúda toda a Natureza, as árvores, o céu, o
sol... Ergue a mão e diz bom dia, ao dia e a toda a Criação.
Perguntareis para que
é que isso serve...
Pois bem, fica-se
imediatamente ligado à fonte da vida.
Sim, porque a Natureza
responde-vos.
Quando me aproximo de
um lago, de uma montanha, de uma floresta, saúdo-os e falo-lhes.
E quantas vezes, pela
manhã, quando saio para o meu jardim, saúdo toda a Natureza e os anjos dos
quatro elementos - os anjos do ar, da terra, da água e do fogo - e até os
gnomos, as ondinas, os silfos, as salamandras. Então, é vê-los cantando,
dançando, muito contentes. E às árvores, às pedras, ao vento, digo também: «Olá!
Olá!»
Experimentai, fazei
isso vós também, e sentireis que interiormente algo se equilibra, se harmoniza,
e muitas obscuridades e incompreensões abandonar-vos-ão apenas porque
decidistes saudar a Natureza viva e as criaturas que nela habitam.
No dia em que
souberdes manter ligações vivas com toda a Natureza sentireis a verdadeira vida
penetrar em vós.
A mão é um instrumento
mágico.
Tudo o que os humanos
fazem de momento com ela não é nada em comparação com o que poderiam fazer.
Foi através das mãos
que o homem adquiriu tudo o que possui e todo o seu futuro está ainda nas suas
mãos.
A mão é um ser vivo,
tem o seu cérebro, o seu sistema nervoso, o seu estômago. Do mesmo modo que o
Universo se reflecte nos diversos órgãos do nosso corpo, os órgãos do nosso
corpo reflectem-se na nossa mão.
A mão tem, em relação
ao nosso corpo, exactamente as mesmas relações que este tem com o
Universo.
OMRAAM MIKHAËL
AÏVANHOV