quarta-feira, 22 de agosto de 2018

DE QUE PRECISAS?



De que precisas? 1ª parte

“Tu pouco dás, quando dás de tuas posses.
É quando dás de ti próprio,
que realmente estás dando.
É belo dar quando solicitado;
É ainda mais belo, dar quando não solicitado;
Ou seja, dar, apenas por haver compreendido."
Gibran Khalil Gibran

Partilha, palavra por demais utilizada nestas entregas, ela, não é um conceito, mas uma forma natural e gradual de revelação. É a fusão de tudo aquilo que és, com outro, ou outros seres, já abertos à partilha. Porque partilhar, é também:

- aceitar aprender
- aceitar receber
- aceitar Ser

Quando damos, apenas transferimos algo que está na nossa posse, (e ao qual chamamos nosso) para a posse de outra pessoa.
Quando doamos em generosidade, abrimos as comportas, iniciamos o processo de partilha, ainda unilateral, este só se completa, na medida da aceitação e receptividade do outro à nossa doação.
Na partilha, não existe o meu nem o teu, o eu ou o tu, apenas e só, uma comunicação canalizada a uma só voz numa supra dimensão, a do Self, a semente Crística com que todos nascemos.
Este processo, ainda não generalizado, mas cada vez mais comum, realiza o “milagre” da transcendência do ego e da omnipresença de Tudo O Que É.
Os sentimentos de posse, apego, insegurança, são o entrave à percepção lúcida desse estado de graça que podemos chamar de: Partilha.

Ao diluir o querer, fluímos como água de nascente
No sentir o presente, materializamos o porvir
Em partilha, Somos no núcleo do átomo cósmico





De que precisas? 2ª parte

Após o exposto no lado a)  deste tema, uma reflexão se impõe sobre a outra faceta do mesmo.
Quando a Partilha não se conjuga na sua expressão total, não significa que o gerado seja um desperdício.
A doação é de foro divino, a semente lançada à terra a seu tempo germinará.
Na maturação vivencial de cada um, e a cada passo, o Universo coloca à disposição o alimento que cada um precisa.
No entanto, vivamos em cautela e discernimento interior, porque, “as pérolas devem ser preservadas”
- Por vezes a partilha é falaciosa, porque o sentimento dos corações está baseado em premissas diferentes
- Num, pode existir a autenticidade da doação plena de altos valores, noutro, pode existir o instinto de devorar (fazer uso), e que também é autêntico…naquele estágio de ser.
O semeador distribui a esmo a semente, a terra vai alimentá-la e a essência da mesma a fará, ou não, germinar.
O nosso caminhar desenrola-se em duas espirais paralelas, o da vivência material e o da vivência espiritual, que apenas se completam aquando da interacção constante e simultânea entre elas.
Em muito Seres, apenas uma prevalece, a material.
Muitos outros, advogam as duas, por tentativas
Tudo tem o seu tempo…..e o trabalho é:

"Podar e cuidar a planta que são
Que os vossos esporos se fundam em partilha,
com outros similares em veracidade
E que estes produzam novos e melhorados frutos"

Jesus


A.