De
que precisas? 1ª parte
“Tu pouco dás, quando dás de tuas posses.
É quando dás de ti próprio,
que realmente estás dando.
É belo dar quando solicitado;
É ainda mais belo, dar quando não solicitado;
Ou seja, dar, apenas por haver
compreendido."
Gibran Khalil Gibran
Partilha,
palavra por demais utilizada nestas entregas, ela, não é um conceito, mas uma
forma natural e gradual de revelação. É
a fusão de tudo aquilo que és, com outro, ou outros seres, já abertos à
partilha. Porque
partilhar, é também:
- aceitar aprender
- aceitar receber
- aceitar Ser
Quando
damos, apenas transferimos algo que está na nossa posse, (e ao qual chamamos
nosso) para a posse de outra pessoa.
Quando
doamos em generosidade, abrimos as comportas, iniciamos o processo de partilha,
ainda unilateral, este só se completa, na medida da aceitação e receptividade
do outro à nossa doação.
Na
partilha, não existe o meu nem o teu, o eu ou o tu, apenas e só, uma
comunicação canalizada a uma só voz numa supra dimensão, a do Self, a semente
Crística com que todos nascemos.
Este
processo, ainda não generalizado, mas cada vez mais comum, realiza o “milagre”
da transcendência do ego e da omnipresença de Tudo O Que É.
Os
sentimentos de posse, apego, insegurança, são o entrave à percepção lúcida
desse estado de graça que podemos chamar de: Partilha.
Ao diluir o querer, fluímos como água de
nascente
No sentir o presente, materializamos o porvir
Em partilha, Somos no núcleo do átomo cósmico
Após
o exposto no lado a) deste tema, uma reflexão se impõe sobre a outra
faceta do mesmo.
Quando
a Partilha não se conjuga na sua expressão total, não significa que o gerado
seja um desperdício.
A
doação é de foro divino, a semente lançada à terra a seu tempo germinará.
Na
maturação vivencial de cada um, e a cada passo, o Universo coloca à disposição
o alimento que cada um precisa.
No
entanto, vivamos em cautela e discernimento interior, porque, “as pérolas devem
ser preservadas”
-
Por vezes a partilha é falaciosa, porque o sentimento dos corações está baseado
em premissas diferentes
-
Num, pode existir a autenticidade da doação plena de altos valores, noutro,
pode existir o instinto de devorar (fazer uso), e que também é
autêntico…naquele estágio de ser.
O
semeador distribui a esmo a semente, a terra vai alimentá-la e a essência da
mesma a fará, ou não, germinar.
O
nosso caminhar desenrola-se em duas espirais paralelas, o
da vivência material e o da vivência espiritual, que apenas
se completam aquando da interacção constante e simultânea entre elas.
Em
muito Seres, apenas uma prevalece, a material.
Muitos
outros, advogam as duas, por tentativas
Tudo
tem o seu tempo…..e o trabalho é:
"Podar e cuidar a planta que são
Que os vossos esporos se fundam em partilha,
com outros similares em veracidade
E que estes produzam novos e melhorados
frutos"
Jesus
A.