Mais que letras ordenadas, era um grito:
“Diz-me
o que fazer para encontrar a Compaixão em mim”
A minha
alma contorceu-se de dor, pela dor que trespassava as letras, da alma irmã !
E do
fundo de mim mesma os meus braços cresceram, o peito arqueou, arranjando espaço de
acolher, de pegar ao colo, de secar lágrimas que sentia a nascer noutro ser, com
a distância pelo meio. E o fardo do saber pesou, como chave em fechadura
trocada.
“Sabes,
cruzei com…, e apesar de estar a olhar para um caco, lembrei em tropel, todo o mal
que fez e levou à destruição a quem só lhe quis bem, quis bater-lhe, tanto!”
Senti a
impotência em mim, mas neguei-me a desfiar o rosário de soluções inexistentes,
aquelas que se servem de fora para dentro.
Peguei na
voz, e usei as palavras como sacho de jardim, arando e semeando, e regando com
o orvalho da compreensão, porque nenhuma dor é nova, apenas têm ondas de
vibração diferenciadas.
Querida
alma irmã, não existe resposta à tua questão! A compaixão não é conceito, é
matéria celular que se forma e renova a cada extensão da consciência em
evolução.
Por via
do conhecimento, quando apreendes as razões da existência, a função da alma, os
fórceps da transcendência, cada átomo celular impregna-se desse conhecimento
gradual e reinicia toda a estrutura celular com essa impressão (singular) do
nível de compaixão (ADN em evolução).
Amiga querida, mas outros milagres são viáveis, e todos os podemos fazer, a qualquer hora, como um
abraço sentido e profundo, trave de sustentação onde o peso da dor pode ser
partilhado e libertado.
Abraço-te
A.
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