sábado, 2 de novembro de 2019

Só por hoje, bom dia!


Bom dia à vida!

Bom dia aos que comigo estão no caminho; bom dia aos que estão do outro lado da vida.

Bom dia, em especial a todos que me ensinaram a viver: família, amigos e professores (todos os que passam por nós ensinam qualquer coisa).


Recordamos, neste dia Santo, os bons momentos de alegria e Sabedoria.

Recordamos a nossa Mestre Adelina que sempre nos recebeu com um chá e nos deixava satisfeitos.


Assim, hoje e só por hoje, faço o convite com a Adelina, a todos os que queiram fazer parte da cerimónia do chá, silenciosamente e com este conto Zen de origem tibetana.


“ Viver o presente é um dos segredos do Zen.

Outra aproximação é o Cha-no-yu, a cerimónia do chá.

Os ingredientes são os seguintes:

-  local modesto e sossegado

-  apreciar o momento

-  trato agradável e tranquilo com os amigos

-  cuidado e amor dedicado à preparação do “elixir dourado”, o chá

-  contemplação de objectos simples e belos

-  silêncio


Imaginem um caminho isolado na montanha ou na floresta que conduz à morada dum sábio. É o pavilhão de chá. A sua arquitectura é simples, construído em madeira e bambu. Não se trata aqui de se opor ao tempo, de o desafiar com a irrisória eternidade de pedra, mas de se “unir a ele”. Entra-se numa sala com uma área modesta: cerca de nove metros quadrados (duas esteiras e meia), onde cabem à vontade três ou quatro amigos. Uma pintura Zen, um ramo de flores campestres como ornamentação. A lareira acesa, a chaleira de ferro redonda e antiga, o recipiente para a água, a colher de bambu, a toalha branca imaculada, as caixas de chá, as habituais taças tradicionais. O mestre do chá efectua os gestos rituais com eficácia, lentidão, cuidado e amor. A conversa flui, tranquila; fala-se de poesia, de história, ou de arquitectura. Suavemente, o leve ruído das vozes extingue-se, contemplam-se em silêncio as taças familiares, uma flor campestre, escuta-se ao longe o canto dum pássaro. O tempo suspenso, harmonia, serenidade.

No decurso dos séculos, o ritual complicou-se, foram ditadas centenas de regras referentes ao arranjo das flores, à maneira de verter o chá, etc., mas Rikyu, o mais célebre dos mestres do chá, relembrava:


O chá não é mais que isto:

Ferve-se a água

Faz-se uma infusão com o chá

E bebe-se…

É tudo o que é necessário saber.


Jorge
 

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