Bom
dia à vida!
Bom
dia aos que comigo estão no caminho; bom dia aos que estão do outro lado da
vida.
Bom
dia, em especial a todos que me ensinaram a viver: família, amigos e
professores (todos os que passam por nós ensinam qualquer coisa).
Recordamos,
neste dia Santo, os bons momentos de alegria e Sabedoria.
Recordamos
a nossa Mestre Adelina que sempre nos recebeu com um chá e nos deixava
satisfeitos.
Assim,
hoje e só por hoje, faço o convite com a Adelina, a todos os que queiram fazer
parte da cerimónia do chá, silenciosamente e com este conto Zen de origem
tibetana.
“
Viver o presente é um dos segredos do Zen.
Outra
aproximação é o Cha-no-yu, a cerimónia do chá.
Os
ingredientes são os seguintes:
- local modesto e sossegado
- apreciar o momento
- trato agradável e tranquilo com os amigos
- cuidado e amor dedicado à preparação do
“elixir dourado”, o chá
- contemplação de objectos simples e belos
- silêncio
Imaginem
um caminho isolado na montanha ou na floresta que conduz à morada dum sábio. É
o pavilhão de chá. A sua arquitectura é simples, construído em madeira e bambu.
Não se trata aqui de se opor ao tempo, de o desafiar com a irrisória eternidade
de pedra, mas de se “unir a ele”. Entra-se numa sala com uma área modesta:
cerca de nove metros quadrados (duas esteiras e meia), onde cabem à vontade
três ou quatro amigos. Uma pintura Zen, um ramo de flores campestres como
ornamentação. A lareira acesa, a chaleira de ferro redonda e antiga, o
recipiente para a água, a colher de bambu, a toalha branca imaculada, as caixas
de chá, as habituais taças tradicionais. O mestre do chá efectua os gestos
rituais com eficácia, lentidão, cuidado e amor. A conversa flui, tranquila;
fala-se de poesia, de história, ou de arquitectura. Suavemente, o leve ruído
das vozes extingue-se, contemplam-se em silêncio as taças familiares, uma flor
campestre, escuta-se ao longe o canto dum pássaro. O tempo suspenso, harmonia,
serenidade.
No
decurso dos séculos, o ritual complicou-se, foram ditadas centenas de regras
referentes ao arranjo das flores, à maneira de verter o chá, etc., mas Rikyu, o
mais célebre dos mestres do chá, relembrava:
O chá não é mais que isto:
Ferve-se a água
Faz-se uma infusão com o chá
E bebe-se…
É tudo o que é necessário saber.
Jorge
Jorge
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