Queridas amigas e amigos
Permitam-me referir que sempre que publico as palavras de outras pessoas solicito a devida autorização. Há poucos minutos recebi um email duma colega nossa que veio preencher com letras um sentir (meu) e que penso ser comum a muita gente.
E porque cada vez mais nos aproximamos da dimensão do amor incondicional, cujo maior expoente é Mestre Jesus, transcrevo parte desse email.
Obrigada Marta, por expores esse sentimento que quantas vezes nos contrai a alma em palavras não ditas, esquecidas, nas agendas preenchidas...
Boa
Tarde Adelina
Esta
Páscoa está a ser vivida de uma forme, paradoxalmente, intensa e calma. Dei por
mim a dar mais significado a esta quadra do que alguma vez dei. Tenho sentido e
pensado em Jesus, não na figura que me foi dada conhecer, mas no Mestre que
tenho vindo a descobrir. E se por um lado a sua grandeza se afigura cada vez
maior, por outro lado sinto-me mais perto dele. Talvez por isso e em sinal de
respeito, hoje pela primeira vez na minha vida, vivi este dia com uma grande
necessidade de paz, de calma, lembrando-me Dele nesses momentos de
interiorização, de amor pelo que me rodeia, abençoando as coisas mais simples,
como o ronronar do gato que me aconchegou neste dia de calmaria, agradecendo a
calma ao meu redor como forma de respeito a Ele. Tudo hoje foi sacralizado:
depois das limpezas de ontem, a minha casa encheu-se de incenso, velas, a mesa
das louças mais bonitas, a comida abençoada, nascendo tudo isso de uma
necessidade interior súbita de elevar cada momento, cada tarefa por mais
corriqueira que fosse.
Por
outro lado, nesta Páscoa tenho sentido uma dificuldade acrescida com a
alimentação. Cada vez eu ouço falar nos planos para preparar o cabrito sinto
uma sensação de tristeza, como se estivesse a intuir toda a carga de sofrimento
animal que é gerado nesta altura. Nunca tinha sentido isto. É algo que surge do
nada, um sentimento de agonia que me deixa desconfortável e incomodada. Também
por essa razão este ano os tradicionais almoços fazem-me sentir desconfortável
e vivo a Páscoa de uma forma diferente.
Bem
vou terminar, porque com o focinho da cachorra a tentar ser o único foco da
minha atenção é difícil escrever.
Mas
ainda a consigo fintar para lhe desejar uma Boa e Santa Páscoa.
Um
Xi do sítio do costume
Marta
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