A noite faz o dia fazer sentido, o frio faz-nos procurar calor, a ausência faz-nos sentir saudades e valorizar a presença, a doença faz-nos valorizar a saúde e o bem-estar. Determinados estados ou sentimentos contrastam com opostos que aprendemos a valorizar, equilibrando a vida em ensinamentos que absorvem a energia positiva que coexiste no meio, no tempo e no espaço.
Somos um ser geométrico. Somos um ponto numa linha infinita que tendemos a limitar em pontos extremos, pontos que segmentam a reta enquanto definem os nossos limites. Equilibramos a vida posicionando-nos num ponto central equidistante dos extremos. Deslocamo-nos tendencialmente para o polo positivo, no entanto forças opostas inclinam a reta a favor do extremo negativo. Para solidificar a nossa posição, para nivelar o eixo da reta, tomamos decisões rumo a um terceiro ponto capaz de definir um plano. Com um ponto solto no espaço, pertencente ou não a outra reta ou a outro plano, deixamos de girar em torno no eixo da nossa reta e passamos a assentar num plano. Inicialmente definido por uma reta e um ponto, o nosso plano, inicia com limites que tendem para o infinito, no entanto, mediante as circunstâncias da vida, será circunscrito a uma figura geométrica irregular composta por novas retas - paralelas, perpendiculares, tangentes - que intercetarão o nosso plano. Assim desenhamos os contornos do nosso rosto, tão parecido com todos os outros, mas tão mais único quanto mais personalizadas forem as nossas escolhas, os nossos sentimentos e as nossas atitudes.
Feliz dia.
Miguel Lima
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