Olá Adelina
Ontem
depois de estar consigo fomos ter com uns amigos do Zé a Lavra, em Matosinhos. Quando
lá cheguei os netos desses amigos tinham apanhado um passarito na praia, que
não se mexia, mais concretamente, como depois vimos um “borralheiro de coleira
interrompida”. Tentamos dar-lhe de comer, mas não surtiu efeito. Bebeu a água.
Vi que não me parecia magoado, mas não voava, nem se mexia, e como não sabia o
que lhe fazer informei-me e fiquei a saber que o Parque Biológico de Gaia
recebe aves no centro de recuperação. Ficou combinado com as crianças que
depois do almoço levaríamos o passarito lá, para tratarem dele. Entretanto
peguei-o com as minhas mãos, senti-lhe o medo a ser substituído por um
crescente conforto, como se depreendia pelo apaziguar dos batimentos do seu
pequeno coração. Aninhei-o e envolvi-o entre os chacras das minhas mão e
apliquei-lhe Reiki, sentindo de imediato uma comunhão com aquele ser, como se
ele se transformasse numa extensão de mim, sentindo o conforto que lhe
transmitia. Ficou assim algum tempo, aninhando-se e ajeitando-se cada vez
mais no colo das minhas mãos, à medida que se sentia mais seguro e confortável.
Fomos almoçar e ele lá ficou, ainda sem se mexer. Quando estávamos a acabar o
almoço o Rodrigo, uma das crianças, veio ter comigo dizendo-me que o passarito
já lá não estava. Fui confirmar e de facto tinha levantado asas e voado.
Desejei que o seu voo fosse confiante e que o levasse para lugar seguro. Subitamente
senti um alívio ao ser-me rememorado o conforto que aquele ser tinha sentido
quando o coloquei entre as minhas mãos, invocado a energia do Reiki para que o
seu Bem Superior se concretizasse por sua acção, pedindo aos anjos do Reiki que
fosse dada uma outra oportunidade àquele ser tão frágil, filho da Natureza de
onde tal energia emana. Ao rememorar essa intuição do conforto sentido por
aquele ser, apreendida naquele fugaz momento em que, aninhado no colo das
minhas mãos, fomos Um em comunhão de energia, soube que naquele momento a
sua sorte tinha sido ditada e que iria ficar bem. E eu senti uma satisfação tão
grande que nada que seja palpável ou material pode substituir (quase comparável ao alívio do Zé por não ter
sido necessário interromper o convívio para ir levar o pássaro ao parque
Biológico) J
e que nem o facto de me olharem como a “tolinha pelos animais” foi capaz de me
incomodar. Se eles soubessem a satisfação sentida pelo bem feito, desejariam
certamente serem tolos por um dia.
Só
posso agradecer ao Reiki, a si, aos companheiros de Caminho e de Demandas ser
capaz de ter consciência das bênçãos que as minhas mãos podem transmitir e de
ter coragem de as usar quando sinto ser necessário, sem receio do que possa
parecer aos demais. Obrigada por me ter feito chegar aqui.
Constato
agora que aquele pequeno pássaro
proporcionou-me uma bela oração, quando leio as palavras que escreveu a
propósito do tema “link: ….. eu não rezo!…Eu falo, converso, rio, choro, ouço,
aprendo, com a nossa família estelar, amorosos guardiões daquilo em que
depomos a nossa intenção pelos cuidados, reconhecimento, amor, gratidão, respeito!.
Seja a uma flor, um pássaro, uma pessoa, ou qualquer forma da criação”.
Que
esta partilha seja inspiradora de outras formas simples e sinceras de oração.
Um
xi coração
Marta